Neutralidade proposta por Obama pode dobrar mercado de dispositivos conectados

O pedido do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Comissão Federal de Comunicações
(FCC, na sigla em inglês) para que defina regras mais rígidas para proteger a neutralidade de rede, ou seja, para que mantenha a internet o mais aberta possível, representa uma vitória para a empresa de vídeo pela internet Netflix e seus usuários e pode significar um benefício ainda maior para startups que trabalham com ferramentas para conectar carros, termostatos e plataformas de petróleo à web.

Ao fazer a solicitação à FCC, o presidente atende ao anseio de empresas como o próprio Netflix, Reddit, Twitter, Yahoo e outros que defendem que as velocidades de transmissão sejam iguais para todos. Obama quer que as novas regras proibam expressamente que provedores de internet exijam o pagamento para a entrega de conteúdo e dados em alta velocidade.

Segundo a proposta do presidente dos EUA, os provedores de internet não podem oferecer um serviço superior aos provedores de conteúdo dispostos a pagar por isso. Assim, sites como o Reddit, Amazon.com ou o YouTube, do Google, operariam em pé de igualdade.

Além disso, startups dos mais variados segmentos como a fabricante de dispositivos inteligentes Spark Labs, a Quirky e a produtora de sistemas elétricos Avi-on, que estão trabalhando no desenvolvimento de chips e softwares que podem fazer tudo, desde entreter o cão com um brinquedo conectado à internet até ligar a iluminação de casa, se beneficiam com a manutenção da internet aberta. Por isso, ter que pagar para que tenham prioridade na transmissão de dados poderia sufocar a inovação da nascente indústria de dispositivos conectados à web, avalia a IDC.

Números superlativos

O potencial dessa nova indústria é superlativo. Um estudo da IDC mostra que o mercado de dispositivos e objetos conectados à internet deve movimentar US$ 3 trilhões em 2020, ante a cifra atual de US$ 1,3 trilhão. A consultoria acredita que o mercado de “internet das coisas” (IoT) terá uma taxa de crescimento composto anual (CAGR, na sigla em inglês) de 13% nos próximos cinco anos.

De acordo com o vice-presidente sênior da IDC, Vernon Turner, o “ecossistema” da internet das coisas irá envolver fluxos de receitas complexos e sobrepostos, e dependerá de parcerias interempresariais e internacionais. “As oportunidades apresentadas pela internet das coisas estão monopolizando a atenção de fornecedores tradicionais e não tradicionais de TICs”, disse.

“A proposta segundo a qual serviços que consomem mais banda tenham prioridade na transmissão de dados faria com que a inovação fosse esmagada na América do Norte”, disse Barbara van Schewick, professora de Direito na Universidade de Stanford, na Califórnia. “Essas empresas não teriam nenhuma chance num mundo no qual teriam que pagar para ser competitivas.” Com informações de agências de notícias internacionais. Leia mais em Tiinside 12/11/2014

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