Janus Brasil quer comprar empresas agrícolas da Rioforte

A Janus Brasil Participações pertence ao grupo Cosan, com negócios nas áreas alimentar, logística, de infra-estruturas e gestão de propriedades agrícolas. A Rioforte detém duas fazendas no interior do Estado de São Paulo.

Uma empresa brasileira está de olho em activos da Rioforte naquele país. A Janus Brasil Participações, uma gestora de investimentos, está interessada em adquirir activos que pertencem à Companhia Agrícola Botucatu e à Agriways, detidas pela empresa do Grupo Espírito Santo (GES).

A notícia está a ser avançada pela agência Bloomberg esta quarta-feira, 19 de Novembro, que cita um comunicado enviado à autoridade para a concorrência do Brasil: o Conselho Administrativo de Defesa Económica (CADE). Não são conhecidos quais os activos que estão a ser negociados nem qual o valor da operação.

A Companhia Agrícola Botucatu detém uma fazenda com quatro mil de hectares no interior do Estado de São Paulo. A Fazenda Morrinhos dedica-se à produção de laranja e de limão, assim como à exploração de eucalipto.

Já a Agriways nasceu de uma parceria com um sócio local. A empresa opera em oito milhares de hectares que anteriormente faziam parte da Fazenda Morrinhos. Produz eucalipto numa área de 3,7 mil de hectares e produz cana de açúcar em 900 hectares.

Tanto a Fazenda Morrinhos como a propriedade da Agriways são geridas por entidades externas desde 2009, segundo informação disponível no site da Rioforte.

A Cosan é um grupo brasileiro que actua nas áreas de energia, logística, infra-estruturas, alimentos e gestão de propriedades agrícolas. O grupo produz também lubrificantes e é o maior fabricante brasileiro do biocombustível etanol, produzido a partir de cana-de-açúcar.

Além destas explorações agrícolas, a Rioforte também detém a empresa COBRAPE que se dedica à produção de arroz e de sementes de soja na Fazenda Pantanal de Cima no estado de Tocantins com um área de 20 mil hectares.

Papel comercial da Rioforte

Recorde-se que foi a dívida da Rioforte que provocou a queda de Henrique Granadeiro e a revisão dos termos da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom.

A Portugal Telecom adquiriu 897 milhões de euros em dívida de curto prazo da empresa do Grup, mas esta sociedade do Grupo Espírito Santo não reembolsou a PT no prazo final a 15 de Julho.

Este caso acabou por provocar a saída de Henrique Granadeiro da liderança da empresa. O acordo de fusão entre a Oi e a PT também foi revisto, com a empresa portuguesa a ficar agora com 25% da empresa que nascer da fusão contra os 37% previstos anteriormente. O acordo também estabeleceu que a dívida da Rioforte fique no balanço da PT SGPS.

O papel comercial da Rioforte pesaria também na saída de Zeinal Bava da liderança da operadora brasileira.

Tribunal rejeita gestão controlada

A Rioforte é uma empresa não-financeira do Grupo Espírito Santo. Esta sociedade detinha activos o valor de 4,35 mil milhões de euros no final de 2013.

Sedeada no Luxemburgo, a Rioforte pediu a 22 de Julho a protecção de credores, às autoridades daquele país, com o objectivo de fazer a reestruturação da sociedade, protegida de acções judiciais.

No entanto, o tribunal do Luxemburgo rejeitou a 17 de Outubro o pedido para a entrada em gestão controlada. Em resposta, a administração da Rioforte, sob a liderança de João Pena, contestou esta decisão e apresentou recurso de forma a evitar uma insolvência desordenada da sociedade.

Entre os seus principais negócios encontrava-se a Espírito Santo Saúde e a Espírito Santo Viagens que entretanto já foram alienados. O primeiro foi alvo de várias oferta públicas de aquisição (OPA) e está agora nas mãos dos chineses da Fosun; o segundo foi comprado pela suíça Springwater Capital.

A Cosan fechou a sessão desta quarta-feira a ganhar 2,94% para 30,81 reais na bolsa de São Paulo. or André Cabrita-Mendes Leia mais em jornaldenegocios 19/11/2014

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