Fusões e Aquisições criam valor para acionista, revela pesquisa

A Intralinks® Holdings lançou uma pesquisa que identifica as relações entre as atividades de F&A (Fusões e Aquisições) e criação de valor do acionista.  Conduzido em associação com o Mergers and Acquisitions Research Centre (MARC) da Cass Business School, de Londres, o estudo constata que empresas têm desempenho abaixo do mercado durante os períodos de anúncio de atividades de F&A (quer sejam aquisições ou desinvestimentos) e ficam ainda mais abaixo de empresas que estão ativamente engajadas no mercado de F&A.

Contrário aos estudos prévios, que possuíam foco no impacto de negócios individuais em períodos curtos, esta pesquisa contata que companhias superam o mercado quando se envolvem mais frequentemente em aquisições.

O estudo também mostra que uma atividade limitada de desinvestimento também melhora a posição de mercado da empresa. Além disso, os resultados revelam que as empresas tendem a oferecer um retorno melhor aos acionistas quando têm uma estratégia equilibrada e gerenciada de F&A, que inclui pelo menos uma aquisição por ano, bem como a realização de um ou dois desinvestimentos a cada três anos.

“A maioria dos estudos acadêmicos anteriores sobre a criação de valor para os acionistas a partir de F&A se concentraram no impacto dos acordos individuais em períodos de tempo relativamente curtos, e normalmente mostram fortes retornos positivos para as empresas alvo e retornos negativos para as empresas adquirentes. Estas novas descobertas desafiam o pensamento convencional”, diz Phillip Whitchelo, vice-presidente de estratégia e marketing de produto da IntraLinks. “Este é o primeiro estudo que abrange de forma global o efeito do F&A nos resultados de uma empresa no contexto do seu programa global de atividades de F&A ao longo de vários períodos de tempo. Os resultados mostram que a relação entre atividade de fusões e aquisições e retorno ao acionista são mais complexas do que se pensava e que quando uma abordagem estratégica é tomada na gestão de portfólio de F&A, as companhias podem superar significativamente o mercado e seus pares.”

“Esta pesquisa traz pontos de vista extremamente importantes para o profissional de F&A no Brasil”, diz Claudio Yamashita,Diretor da Intralinks Brasil. “Em vez de focar no retorno de curto prazo que uma transação pode gerar, a pesquisa indica que companhias que conseguiram transformar a operação de F&A num processo natural de crescimento, conseguem retornos acima da média. No Brasil ainda vemos que muitas companhias necessitam investir esforços além do disposto no dia a dia para conseguirem concluir uma única transação, devido a diversas complexidades que o mercado local exige, porém ainda assim vemos que existem companhias brasileiras que executam diversas transações de formas seguidas sem impactar a rotina de operação da empresa, estas merecem um destaque.”

Os principais resultados do estudo, que examinou o desempenho e atividade de F&A de 25 mil empresas durante períodos de três anos em um total de 20 anos, incluem:

Inatividade em F&A leva a um desempenho abaixo do mercado

Companhias pioram seu desempenho durante períodos sem anúncios de F&A (quer sejam aquisições ou desinvestimentos) e ficam significativamente abaixo de empresas que anunciam 1-2 negócios. O retorno total ao acionista de empresas inativas é 1,5% ao ano mais baixo do que o mercado em geral e 3,2% ao ano mais baixo do que as empresas que anunciam 1-2 negócios.

Aquisições mais frequentes levam a um melhor desempenho

Considerando somente atividade de aquisição, empresas superam o desempenho de mercado quando anunciam mais frequentemente aquisições. Empresas superam o mercado em 0,1% ao ano durante períodos em que anunciam 1-2 aquisições, em 2% ao ano durante períodos que anunciam 3-5 aquisições e em 3,4% ao ano durante períodos em que anunciam seis ou mais aquisições.

Apenas atividades moderadas de desinvestimentos resultam em melhor desempenho

Considerando somente atividade de desinvestimento, empresas só superam o desempenho de mercado durante períodos em que anunciam um número limitado de desinvestimentos e têm baixa significativa de desempenho sobre o mercado quando anunciam desinvestimentos frequentemente. O retorno total ao acionista durante períodos em que as empresas anunciam 1-2 desinvestimentos é de 2,3% ao ano acima do mercado, mas companhias ficam abaixo do mercado em 3,3% ao ano durante períodos em que anunciam 3-5 desinvestimentos e ficam 3,6% ao ano abaixo do mercado durante períodos em que anunciam seis ou mais desinvestimentos.

Empresas jovens só têm desempenho acima do mercado quando anunciam aquisições frequentemente

Geralmente, empresas de capital recém aberto têm desempenho abaixo do mercado em 5,6% ao ano, durante os primeiros três primeiros anos. No entanto, quando estas jovens empresas anunciam seis ou mais aquisições em seus primeiros três anos, superam o mercado em 3,8% ao ano.

Empresas antigas superam o desempenho de mercado quando anunciam uma frequência limitada de desinvestimentos

Apenas companhias de meia idade ou maduras (listadas na bolsa por 3-9 anos e 10 anos ou mais, respectivamente) superam o desempenho de mercado quando anunciam 1-2 desinvestimentos a cada três anos.

Empresas com um programa de gerenciamento estratégico de portfólio de F&A entregam melhores retornos aos acionistas

Empresas oferecem retornos totais superiores aos acionistas com um programa de gerenciamento estratégico de portfólio de F&A, que inclui pelo menos uma aquisição por ano, ao mesmo tempo em que realiza 1-2 desinvestimentos a cada três anos (mas só depois de terem sido abertas há pelo menos três anos).

“Este é um estudo sem precedentes da atividade mundial de Fusões e Aquisições com importantes percepções para os negociadores,” diz Scott Moeller, Professor de Prática das Finanças na Cass Business School, de Londres e um dos coautores do estudo. “Por exemplo, estudos prévios têm mostrado que empresas com o capital recém aberto frequentemente são adquirentes ativas, mas esta pesquisa é a primeira a conectar essa atividade ao desempenho da empresa, não somente o negócio, durante períodos mais longos do entendimento prévio. O estudo mostra claramente que ‘tamanho único não serve para todos’ e que o mercado de F&A é muito mais sutil.”  por Michele Rios Leia mais em Agência IN 21/11/2014

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