Camil perto de comprar empresa no Peru

A brasileira Camil Alimentos, maior beneficiadora de alimentos da América Latina, com receita anual de R$ 3,5 bilhões, está prestes a escrever mais um capítulo de sua agressiva estratégia de crescimento por meio de aquisições. Neste momento, está a um passo de comprar, por US$ 29,3 milhões, a peruana Romero Trading, que detém marcas de açúcar, arroz e outros grãos.

As duas companhias assinaram um contrato de compromisso de compra e venda em 19 de setembro. Conforme informações que constam em informações fornecidas pela Camil a investidores, a operação deverá ser concluída até 1º de dezembro deste ano.

A Romero Trading pertence ao Grupo Romero, que fatura mais que US$ 4 bilhões por ano e tem operações em diversos segmentos no país andino, tais como logística e produção de etanol.

Nos últimos anos, a Camil adotou uma forte estratégia de aquisições de marcas e empresas, tanto no Brasil como na América Latina. Em 2013, incorporou a fluminense Carreteiros Alimentos, que estava em recuperação judicial. Um ano antes, havia comprado a Docelar Alimentos, da Cosan, e todas as marcas de açúcar de varejo que a ela pertenciam, entre as quais a líder União.

Na área de pescados, a empresa já é dona da marca uruguaia Saman, da chilena Tucapel e da peruana Costeño. Em 2011, a Camil também adquiriu, na América do Sul, as marcas Pescador, Alcyon e Navegantes, enquanto no Brasil comprou a Coqueiro. Com a aquisição da Romero Trading, vai incorporar ao seu portfólio peruano marcas de arroz, açúcar e grãos como Paisana, La Serranita, Don Calixto e Arroz do Norte.

Com essa expansão, a Camil já detém onze unidades de beneficiamento de grãos no Brasil, dez no Uruguai, três no Chile, duas no Peru e uma na Argentina, além de três plantas de processamento de pescados e seis plantas de processamento de açúcar, sendo três próprias e três subcontratadas, situadas no Brasil.

No segundo trimestre de seu atual exercício, encerrado em 31 de agosto, a Camil Alimentos registrou lucro líquido de R$ 33,348 milhões, 23,4% acima do obtido no mesmo intervalo do ano passado. No primeiro semestre do ano fiscal, o resultado líquido subiu 2,2% em relação a igual período de 2013, para R$ 73,516 milhões.

O desempenho trimestral teve um grande peso da redução de despesas operacionais e com vendas. As despesas financeiras também caíram no período, de R$ 53,9 milhões para R$ 51,2 milhões, enquanto as receitas financeiras ficaram praticamente estáveis em R$ 19 milhões. No trimestre, houve também um menor peso do recolhimento de imposto de renda e contribuição social – de R$ 8,9 milhões para R$ 6,3 milhões.

A receita líquida do segundo trimestre do ano fiscal registrou leve aumento de 0,28%, para R$ 895,343 milhões. No semestre, subiu 4,3%, para R$ 1,82 bilhão. A dívida bancária em 31 de agosto era de R$ 690 milhões, 15,5% acima da observada em 28 de fevereiro deste ano. A empresa tem no seu balanço debêntures que somam R$ 757 milhões.

Apesar da expansão e dos resultados registrados, o grupo Arfei, que controla a empresa, estaria disposto a vender sua participação no negócio caso receba uma boa oferta, apurou o Valor. O Gávea, que participa da companhia por meio do Fundo de Investimentos Camil, também pretende sair do negócio. Procurada, a Camil confirmou a operação com a Romero Trading, mas não comentou a intenção dos controladores de vender suas participações. Fonte: Valor Econômico |  Leia mais em aboissa 24/10/2014

from Fusões & Aquisições http://ift.tt/1t267lv
via IFTTT