O grupo Rangel anunciou, recentemente, um investimento de cerca de 3 milhões de euros para entrar no mercado brasileiro, tendo criado uma empresa de raiz em São Paulo, dedicada ao transporte marítimo e aéreo internacional e ao serviço aduaneiro. À Logística Moderna, Nuno Rangel, vice-presidente do grupo Rangel, explica que este investimento “é a materialização da aposta no Brasil que já por várias vezes foi mencionada”. Como refere, “ao nível de infra-estruturas estamos sediados bem no coração da cidade de São Paulo”.
Com uma actividade dedicada sobretudo ao transporte marítimo e aéreo e ao serviço aduaneiro no Brasil, Nuno Rangel salienta que “o alargamento dos serviços Rangel no Brasil vai sobretudo ao encontro das oportunidades emergentes que vamos descobrindo no terreno”. Neste momento, “a aposta que vai além dos serviços base oferecidos pela Rangel, tenta introduzir no mercado brasileiro serviços dedicados a segmentos específicos como a logística integrada para o segmento dos vinhos e, a prazo, os segmentos fashion e pharma, entre outros, já que são áreas onde actuamos na Europa com bastante sucesso”. Até porque, como aponta, “o potencial que o mercado brasileiro demonstra nestes segmentos poder-nos-á levar a canalizar, cada vez mais, investimentos para este país”.
“Burocracia, complexidade da legislação fiscal e laboral e a estrutura logística insuficiente” são os principais desafios encontrados por Nuno Rangel no mercado brasileiro. “O Brasil é um mercado mais difícil que os mercados dos países de língua portuguesa em África, uma vez que somos vistos como uma empresa estrangeira e não conseguimos alcançar a mesma dimensão cultural que é característica nos últimos”. “Temos muita concorrência nacional e internacional”, pelo que, como refere, “a necessidade de diferenciação é fundamental”. Perante este cenário, “o desenvolvimento tecnológico pode e deve ser a ponte para esta diferenciação, há uma maior necessidade de acrescentar valor ao negócio e de desenvolver esse mesmo valor nos nichos de mercado identificados como essenciais, ou seja, é extremamente importante estarem bem preparados e assessorados em termos de escritórios de advogados e garantir a presença de um quadro expatriado que traga conhecimento e o ADN da casa mãe”.
O grupo quer criar um triângulo logístico de língua portuguesa, facilitando o fluxo de negócios entre o Brasil, Europa e África (Angola e Moçambique), mercados onde opera. Com esta aposta, o grupo luso quer “apoiar as empresas portuguesas, brasileiras, angolanas e moçambicanas nos seus processos de exportação e importação, assim como, ajudá-las a triunfar nestes mercados”.
A prazo, a estratégia da Rangel passa por expandir e ganhar mais presença naquele mercado e, segundo Nuno Rangel, esse crescimento poderá acontecer por via de aquisição de empresas locais ligadas à logística e distribuição. O responsável está atento “a uma possível oportunidade de aquisição de uma empresa no mesmo segmento de actividade ou que possa estar no âmbito da actividade da logística contratual”. Neste momento, está a concluir a “due dilligence de uma empresa brasileira de logística “para avaliarmos a possibilidade da sua aquisição”. Esta trata-se de uma empresa vocacionada para o sector têxtil e não só, com sede em São Paulo, “responsável pela operação de uma grande marca internacional têxtil, à qual poderemos, de facto, acrescentar valor acrescentado face ao conhecimento que fomos adquirindo na Europa”.
Além de São Paulo, a empresa portuguesa já actua noutras regiões do Brasil, através das instalações de São Paulo. “Está no nosso horizonte a instalação de novas filiais em algumas regiões, como sejam, Rio de Janeiro, Recife e até mesmo Manaus”.
Depois do Brasil, o grupo Rangel está a estudar outras oportunidades noutros mercados em África, como é o caso da África do Sul, Guiné Equatorial, Marrocos ou na América Latina, como são os casos da Colômbia, Peru ou México. “Mas, para nós, neste momento, o Brasil é a nossa grande aposta na internacionalização”. Leia mais em logisticamoderna 29/10/2014
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