ALL e Triunfo abandonam projeto da Vetria

A América Latina Logística (ALL) e a Triunfo Participações e Investimentos (TPI) decidiram encerrar a parceria feita há três anos, quando criaram a Vetria Mineração. Com isso, chega ao fim o megaprojeto integrado de mina, ferrovia e porto que exigiria R$ 11,5 bilhões em investimentos e chegaria a uma produção de 27,5 milhões de toneladas por ano de minério de ferro.

A Vetria teria de fazer, além dos aportes na mina – em Corumbá (MS), onde está a jazida de ferro – pesados investimentos na ferrovia da ALL até Santos (SP). Ali, o produto seria embarcado em um terminal portuário, que teria de ser erguido em área considerada difícil para esse tipo de operação pesada. Para complicar, as sócias da Vetria dependeriam de capital de investidores financeiros e estratégicos para sustentar o projeto e garantir demanda futura no mercado. A empresa aguardava um bom momento para ir ao mercado buscar investidores.

Em comunicado divulgado na tarde de ontem, ALL e Triunfo citam como justificativa para o rompimento o fato de “determinadas condições previstas no contrato de associação” não terem sido atendidas dentro do prazo estipulado. As empresas também citam “condições de mercado e perspectivas atuais, especialmente no que diz respeito aos níveis de preço praticados para o minério de ferro”.

Empreendimentos como o da Vetria foram concebidos quando a matéria-prima tinha preços entre US$ 150 e US$ 200 a tonelada. Esse tempo foi embora e não há previsão de voltar tão cedo. Atualmente, a commodity é negociada em torno de US$ 70 a tonelada.

O comunicado diz ainda que ALL e Triunfo decidiram encerrar o contrato “comprometendo-se a avaliar, definir e adotar conjuntamente os atos e as medidas que vierem a ser necessários em virtude da referida resolução, nos termos do Contrato de Associação”.

A ALL informou ainda que os contratos de arrendamento de direitos minerários firmado entre a Vetria (por meio da subsidiária Vetorial Mineração) e a MMX Corumbá Mineração e de opção de compra de ações firmado entre a Vetria e a MMX Mineração e Metálicos foram integralmente cedidos para a Vetorial Siderurgia, “conforme autorizado por ambos contratos”.

A Vetria foi anunciada em dezembro de 2011 e tinha como sócios a ALL, controladora, a Triunfo e a Vetorial. Para experts do setor, o empreendimento, devido às suas condições e aos pesados investimentos demandados, já estava condenado desde o nascedouro.

Outros projetos de minério de ferro no Brasil, dependentes de log[ística de transporte e portuária, conforme especialistas, estão condenados ao mesmo destino da Vetria. Ou a ficarem congelados até haja um novo ciclo de exuberância – o que vai depender de como se comportará a economia do maior consumidor do produto no mundo – a China. – Valor Econômico Leia mais em revistaferroviaria 11/12/2014 

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