Galderma faz aquisição para atrair classe C

A Galderma, farmacêutica da Nestlé especializada em produtos de cuidados com a pele, comprou a fabricante brasileira de dermocosméticos Moderm, por valor não revelado. A aquisição faz parte da estratégia da multinacional para atrair a classe C.

A Moderm foi criada em 2012 por executivos brasileiros com experiência em multinacionais do setor. A empresa permanecerá como marca independente e plano de negócios próprio. Os hidratantes, limpadores faciais, sabonetes e protetores solares da Moderm têm preços inferiores aos da Galderma, cujas marcas de consumo incluem Cetaphil e Nutraderm.

O portfólio da Moderm está em cerca de mil pontos de venda nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Pará e Paraná. A Galderma planeja expandir a distribuição para 20 mil lojas em cinco anos. “O Brasil ocupa a segunda posição em vendas na Galderma, números que esperamos incrementar com a Moderm”, diz, em comunicado, José Roberto Ferraz, presidente da Galderma no Brasil.

Em entrevista ao Valor em setembro, o presidente global da Galderma, o brasileiro Humberto Antunes, disse que a companhia queria alcançar a classe C e tinha “aspirações muito grandes” para esse mercado consumidor. O executivo informou que a companhia vai construir uma fábrica maior em Hortolândia (SP) em 2015, com investimentos de cerca de R$ 200 milhões. A companhia já tem na cidade uma de suas quatro unidades fabris do mundo.

“Percebemos que havia uma barreira para o uso de dermocosméticos pelas consumidoras da classe C. Essa resistência existia em virtude das embalagens trazerem nome e informações em francês e inglês, o que dificultava o ponto de vendas em oferecer os produtos de forma correta”, diz, em nota, Fernando Sodré, sócio-fundador da Moderm, que agora passa a fazer parte do time da Galderma.

Entre as brasileiras que competem no mercado de produtos dermatológicos vendidos em farmácias estão a Hypermarcas (com marcas como Epidrat e Episol) e a Dermage. As maiores do mercado são as multinacionais L’Oréal (La Roche Posay e Vichy) e Johnson & Johnson (RoC).

A Galderma foi criada nos Estados Unidos em 1961 e, em 1981, se transformou em uma joint venture da Nestlé com a L’Oréal. Em fevereiro deste ano, a multinacional suíça de alimentos comprou os 50% pertencentes à companhia francesa e ficou com 100% do negócio.

As vendas da Galderma alcançaram € 1,65 bilhão em 2013, alta de 4% sobre o ano anterior. A companhia investe 19% de sua receita anual em pesquisa e desenvolvimento e tem quatro centros de inovação no mundo. No Brasil, a planeja abrir um centro de pesquisa na área de procedimento estético dentro de cinco anos. Veículo: Valor Econômico Leia mais em abras 18/12/2014

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